Mudança busca atender reivindicações dos clubes e equilibrar o calendário do futebol brasileiro
Por Bruno Baptista
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve oficializar em breve alterações significativas no formato das divisões de acesso. A partir da temporada 2026, a Série D deve passar a promover oito clubes à Série C, em vez dos atuais quatro. Já em 2027, a Série C deverá ser ampliada para 24 equipes participantes.

A medida surge como resposta às críticas de clubes que já tinham vaga assegurada na Série D de 2026 e rejeitavam a proposta de ampliação imediata da competição para 96 times. A competição conta, atualmente, com 64 equipes. A entidade optou por um modelo considerado intermediário, com o objetivo de garantir mais oportunidades esportivas sem sobrecarregar os cofres das agremiações.
As mudanças no último escalão do futebol nacional visam dar calendário a mais equipes que costumam ter jogos apenas no primeiro semestre (através dos campeonatos estaduais), e as copas estaduais no período do fim do ano. Por conta disso, muitas equipes projetam elencos de curto período, para não ter maiores problemas financeiros com a falta de partidas em certos períodos.
Equilíbrio e desafios
O aumento no número de acessos permitirá que mais clubes tenham a chance de disputar a terceira divisão, mantendo o número atual de vagas na Série B e o rebaixamento da Série C. Dirigentes da Série D, porém, defendem que a mudança seja gradual e acompanhada de suporte financeiro por parte da CBF.
Um manifesto interno alertou que a expansão sem critérios de logística e distribuição de recursos poderia comprometer a sustentabilidade da competição. Atualmente, as cotas das Séries C e D são muito inferiores às das Séries A e B, e uma ampliação sem aumento no aporte econômico pode ampliar essa disparidade.
Expectativa
Apesar das divergências, os clubes da Série D afirmam estar dispostos a dialogar com a CBF para que o processo seja estruturado e transparente. A expectativa é de que a decisão oficial seja anunciada ainda neste ano, com cronograma detalhado de implementação.
Opinião do colunista
Com a possibilidade de a administração das Séries A e B passar para as ligas LFU e Libra — que podem inclusive se fundir num futuro próximo, a CBF tende a ganhar mais liberdade para concentrar esforços na gestão das divisões inferiores. Isso pode facilitar a execução de ajustes estruturais como este, fortalecendo o calendário nacional e abrindo espaço para que mais clubes se desenvolvam de forma sustentável.

