Na sexta-feira, 30 de agosto, parte do teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Recife (PE), desabou, deixando dois mortos e pelo menos 27 feridos. É o segundo caso, em menos de 15 dias, que o telhado de uma igreja desaba no país. Em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, no dia 19 de agosto, o teto da histórica Igreja da Ordem Primeira do Carmo caiu, sem deixar feridos. Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), os desabamentos demonstram descaso: “Isso é a chamada tragédia anunciada, uma consequência previsível da falta de conservação e manutenção desses prédios, sejam públicos ou privados. É fundamental e imprescindível que todos os edifícios, principalmente bens tombados, prédios antigos e edificações históricas, tenham manutenção e conservação permanentes”
A tragédia em Recife aconteceu durante a distribuição de cestas básicas para a população dentro do santuário. Já em Angra dos Reis, a igreja, tombada pelo Iphan, já estava interditada por problemas estruturais pré-existentes, o que levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas de manutenção adotadas. Ambos os casos demonstram a necessidade urgente de políticas públicas mais rigorosas para a manutenção e conservação de edificações, garantindo a segurança da população e a preservação dos patrimônios culturais.
Sydnei Menezes ainda enfatizou a importância de ações preventivas que garantam a segurança e restauração de estruturas, além do envolvimento de órgãos que possam pressionar e incentivar a conservação das propriedades. “O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) está engajado na luta para que se valorize a necessidade de ações preventivas, permanentes e constantes, visando defender não apenas o patrimônio histórico, mas, principalmente, preservar vidas, pois esses acidentes costumam resultar em fatalidades”, explicou.