O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso nesta quarta-feira (3/12) durante ação da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Unha e Carne.
A investigação aponta que Bacellar teria vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro, que levou à prisão do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, além de atingir outros agentes públicos supostamente ligados ao crime organizado.
Segundo a PF, o vazamento de dados teria prejudicado o avanço das apurações que miram a cúpula do Comando Vermelho (CV) e suas conexões com servidores do Estado. Os mandados incluindo um de prisão preventiva, oito de busca e apreensão e um de intimação para medidas cautelares foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As medidas integram as determinações da ADPF das Favelas (ADPF 635), que atribui à PF a investigação da atuação das principais organizações criminosas violentas no Rio de Janeiro.
A Operação Zargun, desencadeada em 3 de setembro, desmantelou um esquema de tráfico internacional de armas e drogas, lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo agentes públicos. Segundo as apurações, o grupo mantinha atuação direta com lideranças do CV instaladas no Complexo do Alemão.
Na ocasião, foram cumpridos 18 mandados de prisão, 22 de busca e apreensão, e houve o sequestro de R$ 40 milhões em bens.
Entre os alvos estavam um delegado da PF, policiais militares, um ex-secretário estadual e o deputado TH Joias, apontado como articulador político da facção dentro da Alerj. As investigações revelam que ele atuava para favorecer o Comando Vermelho, intermediando a compra de fuzis, drogas e equipamentos antidrones. Também teria indicado a esposa de um traficante para ocupar cargo na estrutura parlamentar.
As investigações seguem em andamento.

