Pafiadache diz à CESC que prioridade atual da pasta é a busca ativa pelos não vacinados

Foto: Reprodução/TV Câmara Distrital

Distritais questionaram o secretário de Saúde sobre falta de medicamentos e prejuízos no Iges

Distritais questionaram o secretário de Saúde sobre falta de medicamentos e prejuízos no Iges

Vacinar as cerca de 220 mil pessoas que ainda não se vacinaram ou tomaram apenas a primeira dose é a prioridade da Secretaria de Saúde do DF no atual momento, segundo declarou o secretário Manoel Luiz Pafiadache à Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa durante audiência pública na tarde desta segunda-feira (13), transmitida ao vivo pela TV Câmara Distrital (canal 9.3) e Youtube.

Há três meses à frente da pasta, o general Pafiadache explicou que para alcançar os não vacinados a estratégia é ir ao encontro da população, pela “busca ativa”, com vacinação em feiras, além do posto fixo na Rodoviária do Plano Piloto, o qual disponibiliza todas as vacinas, exceto a da Janssen. Ele acrescentou que as áreas rurais serão alvo de ação da pasta ainda este ano. “Queremos levar a vacina para quem não tomou porque não teve a oportunidade ou não teve condições de ir até uma Unidade Básica de Saúde”, alegou.

Com relação às pessoas que não querem se vacinar, a “sensibilização é uma de nossas ferramentas”, completou, ao informar que a meta é atingir 85% da população vacinável do DF, isto é, as pessoas acima de 12 anos, até o final deste mês.

Na avaliação de Pafiadache, o processo de vacinação tem sido positivo tanto em relação à primeira e segunda doses quanto à dose de reforço. Ele defendeu a cobertura vacinal completa para conter a doença e citou que até agora ocorreram apenas dois casos da variante Ômicron no DF, que já estão curados. Ele adiantou ainda que a pasta deverá ter um posto de vacinação e de testagem no Aeroporto JK.

Medicamentos

Ao destacar que o secretário foi “convidado” pela CESC para fazer um balanço da atual situação da pasta, a presidente do colegiado, deputada Arlete Sampaio (PT), disse que a comissão recebeu denúncias de falta de manutenção nos hospitais e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também de falta de medicamentos na rede.

Em resposta, Pafiadache sustentou que “insumos, recursos humanos e melhoria dos processos é o tripé para melhorar as ações da Secretaria”. Segundo ele, foram empenhados cerca de R$ 80 milhões em insumos para abastecer a rede até março do próximo ano a fim de evitar a falta de remédios, sendo que a pasta está na fase de liquidação e distribuição de insumos. Quanto à manutenção em hospitais, ele informou que houve 28 contratos de manutenção predial continuada, além da manutenção em 6.900 equipamentos.

Por outro lado, o secretário relatou as dificuldades na área de recursos humanos, especialmente na captação de médicos. “É um momento de absenteísmo, principalmente no final do ano”. O que tem sido feito para atender as escalas é aumentar a carga horária de 20 para 40 horas, explicou, ao frisar a “dificuldade histórica de RH”.

Quanto aos processos, o general Pafiadache entende que a prioridade deva ser dada à atenção primária a fim de “aliviar” o restante da rede, principalmente os hospitais de alta complexidade. Desse modo, a expansão e a qualificação da atenção primária é uma das metas da pasta, reforçou o secretário-adjunto Fernando Érick Damasceno.

Iges-DF

Para Pafiadache, o general Gislei Morais de Oliveira tem feito um trabalho satisfatório de planejamento à frente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) desde setembro. “É preciso dar tempo para que as coisas aconteçam”, considerou.

No entanto, o deputado Leandro Grass (Rede) alertou que, apesar do planejamento que está em curso, existem situações emergenciais que precisam ser resolvidas. Ele enumerou os tomógrafos quebrados no Hospital de Base, a bandeira vermelha por falta de trabalhadores no Hospital de Santa Maria e a a falta de incubadora para receber recém-nascidos na UBS de Santa Maria.

Grass questionou sobre os prejuízos acumulados pelo Iges: “Ainda não tivemos um indicativo sobre a responsabilização dos agentes que deixaram prejuízos de mais de R$ 350 milhões”. O parlamentar cobrou transparência, intervenção e recuperação do instituto. 

Nesse aspecto, Pafiadach descartou a possibilidade de intervenção no Iges e reforçou a confiança no trabalho do coronel Gislei. Sobre o prejuízo orçamentário causado por outras gestões, o secretário opinou que essa questão cabe ao Judiciário.

Ômicron

Leandro Grass e Arlete Sampaio sugeriram à Secretaria a divulgação dos dados da pandemia também aos finais de semana e feriados para que a população saiba como se comportar diante da possibilidade de um cenário crítico em virtude da variante Ômicron. Arlete reforçou ainda a importância da divulgação dos dados sobre a evolução da doença, novos casos e testes genômicos.

Franci Moraes – Agência CLDF