A OSC Cidadania Sinfônica encerra 2025 com marcos importantes em sua trajetória: a inauguração do primeiro polo sociocultural na Baixada Fluminense e o reconhecimento pelo Prêmio Heloneida Studart, concedido em cerimônia na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A chegada ao bairro Km 32, em Nova Iguaçu, representa a ampliação de um trabalho que há mais de duas décadas transforma vidas por meio da arte e da educação.

Fundada e conduzida pelo maestro Rafael Rocha e pela soprano Danielle Sardinha, casal de Campo Grande que construiu seu legado atuando em regiões periféricas, a Cidadania Sinfônica se consolidou como referência em ações culturais na Zona Oeste e Zona Norte do Rio. Agora, o projeto expande seu alcance para atender crianças, jovens, adultos e idosos de uma das áreas mais vulneráveis da Baixada.
O novo Polo Km 32 oferece oficinas de balé, capoeira, violão, dança, prática de conjunto, bateria, teclado e canto coral, com foco na formação cultural, socialização e promoção do bem-estar. As atividades são voltadas prioritariamente a moradores de baixa renda e buscam fortalecer a autoestima, ampliar horizontes e criar oportunidades reais de transformação social.
No dia 6 de dezembro, às 15h, o polo sediará sua primeira apresentação pública, reunindo familiares, convidados e moradores para um recital que celebra o empenho dos alunos. Em 2026, as inscrições serão abertas em fevereiro, com data a ser divulgada no Instagram oficial @cidadaniasinfonica.
O trabalho desenvolvido no Km 32 também tem um impacto direto na economia local. Além de formar alunos, o projeto contrata instrutores e oficineiros da própria comunidade, estimulando a geração de renda e fortalecendo o vínculo com o território.

Para Danielle Sardinha, o objetivo vai além da formação artística: “As oficinas culturais mostram uma gama de possibilidades para ocupar o tempo livre, expandir a visão de mundo e até inspirar escolhas profissionais. Queremos promover saúde mental, socialização e bem-estar para todas as idades. Temos alunos que vão dos 4 aos 70 anos.”
O maestro Rafael Rocha reforça a importância de oferecer estrutura cultural em regiões vulneráveis. “Nosso propósito é levar arte e educação onde há menos oportunidades. A cultura muda trajetórias e cria novos caminhos. O Polo Km 32 é uma conquista de toda a comunidade.”
Atualmente, a Cidadania Sinfônica mantém polos em Santa Cruz, Grande Tijuca e Nova Iguaçu. Para 2026, o casal antecipa a inauguração de uma unidade fixa na Tijuca, que será a nova base física do programa na região.
A história do projeto remonta a 2004, quando Rafael e Danielle, ainda estudantes, reuniam amigos para ensaios improvisados no porão de uma igreja ou no quintal de colegas. Com o tempo, a iniciativa amadureceu, ganhou estrutura jurídica e formou a Orquestra Sinfônica Jovem de Campo Grande, que hoje é parte fundamental do trabalho sociocultural desenvolvido.
O reconhecimento do Prêmio Heloneida Studart reforça a relevância dessas duas décadas de atuação contínua e comprometida.
Sobre Danielle Sardinha
Soprano e mestranda em Práticas Interpretativas em Música (ênfase em ópera) pela UNIRIO, Danielle é bacharel em canto lírico pela UFRJ, com experiência em produção musical e gestão cultural. Atuou em instituições como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica da UFRJ e Fundação FAETEC, além de participar de cursos de capacitação pelo GIFE e pela Sala Cecília Meireles. Sua atuação combina excelência artística com forte engajamento social.
Sobre Rafael Rocha
Graduado em Regência Orquestral pela UFRJ, Rafael Rocha possui trajetória marcada pela criação de projetos culturais de impacto, como o Programa Cidadania Sinfônica e a Orquestra Sinfônica de Campo Grande. Agraciado com diversas honrarias, entre elas o Prêmio Expressão Cultural e a Ordem do Mérito Cultural Carlos Gomes, o maestro atua há mais de 20 anos na promoção da cultura como ferramenta de transformação social.

