Casarão desaba no Centro do Rio e deixa uma pessoa morta; especialistas alertam para falta de manutenção em imóveis antigos

Fotos: Bombeiros/RJ Divulgação

Um casarão de três andares desabou na tarde desta quinta-feira (20) na Rua Senador Pompeu, no Centro do Rio de Janeiro, resultando em uma morte. A vítima, que estava dentro de um carro, foi atingida pelos escombros. Além disso, pelo menos três veículos e uma moto ficaram soterrados, e postes próximos caíram com o impacto. O incidente reforça a urgência de medidas preventivas para a manutenção de edificações antigas na cidade.

Segundo Sydnei Menezes, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), o desabamento é reflexo da má conservação de imóveis históricos. “São casarões abandonados, sem manutenção, conservação ou cuidado, tanto por parte dos proprietários quanto do poder público, que não aplica instrumentos como o IPTU progressivo para coibir essa negligência”, afirmou. Ele destacou que o Rio de Janeiro possui centenas de imóveis em situação similar, muitos deles em risco iminente de desabamento.

Menezes sugeriu a retomada da autovistoria predial como uma solução, incluindo prédios tombados e casarões abandonados. “Essa medida poderia ajudar a prevenir tragédias como essa”, explicou.

Carlos Abreu, vice-presidente do CAU/RJ, classificou o ocorrido como uma “tragédia anunciada”. “Nossa cidade tem inúmeros imóveis em condições precárias, fruto do abandono por parte de seus proprietários, que não enfrentam sanções severas”, disse. Ele ressaltou que o poder público pode intervir em casos de propriedade privada, utilizando mecanismos como o IPTU progressivo e outras ferramentas urbanísticas.

Leila Marques, conselheira federal do CAU/RJ, enfatizou a necessidade de penalizar proprietários que negligenciam a conservação de seus imóveis. “Não adianta estabelecer obrigações sem consequências. Infelizmente, a punição é necessária para evitar acidentes como esse”, afirmou.

Dados do portal 1746, da Prefeitura do Rio, mostram que somente este ano foram registradas 748 solicitações de vistoria em imóveis com risco de desabamento. O caso do casarão na Rua Senador Pompeu evidencia a urgência de políticas públicas eficazes para fiscalizar e preservar o patrimônio histórico da cidade, evitando novas tragédias.