Alerj derruba veto de Cláudio Castro e Mercadinho São José caminha para ser transformado em Centro Público de Economia Solidária (EcoSol)

“Objetivo é favorecer a comercialização de produtos artesanais, agroecológicos e orgânicos”, diz deputado Waldeck, autor da proposta

A Alerj derrubou o veto total do governador Cláudio Castro ao projeto, de autoria original do deputado estadual Waldeck Carneiro – em co-autoria com a deputada Mônica Francisco – que visa transformar o Mercadinho São José, em Laranjeiras, em Centro Público de Economia Solidária (EcoSol), uma ideia do parlamentar, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular Solidária da Casa Legislativa. Com isso, será sancionada a proposição que autoriza a transferência do imóvel do Governo Federal para o Estadual.

“O objetivo é favorecer a comercialização de produtos artesanais, agroecológicos, orgânicos e outros, produzidos com base nos princípios da economia popular solidária”, destaca Waldeck. O estado vê com bons olhos a possibilidade de revitalizar o espaço, localizado próximo à sede do Executivo fluminense, e está em contato com a Secretaria de Patrimônio da União. O intuito é implementar uma modelagem semelhante à planejada para a também decadente Estação Leopoldina.

Um dos polos culturais e gastronômicos mais famosos da Zona Sul do Rio de Janeiro, o Mercado São José das Artes, popularmente conhecido como Mercadinho São José, localizado na Rua das Laranjeiras, no bairro homônimo, encontra-se atualmente em estado de abandono. Fechado desde setembro de 2018, quando o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), proprietário do imóvel, conseguiu retomá-lo judicialmente, o estabelecimento permanece, desde então, com destino indefinido.

História do Mercadinho São José

O Mercadinho São José foi inaugurado em 31 de maio de 1944, isto é, completará 78 anos de existência em 2022. Outrora senzala e celeiro de uma fazenda localizada no Parque Guinle, na época do Império, o local teve suas baias adaptadas para boxes em 1942, quando Getúlio Vargas decidiu transformá-lo em um mercado de hortifrutigranjeiros para abastecer a população com produtos mais baratos durante a guerra. Foi abandonado na década de 1960, revitalizado e transformado em centro cultural em 1988. Seu tombamento definitivo ocorreu em 1994, após longa batalha judicial, em que os moradores saíram vencedores.

Atração turística e histórica do bairro, o Mercado costumava receber ilustres frequentadores, como Tom Jobim, que foi homenageado no local, em 06/06/1994, quando recebeu a medalha Pedro Ernesto. Também se deu ali, em 1995, a fundação do bloco carnavalesco carioca “Imprensa Que Eu Gamo”, que até hoje se concentra no local. “Sua reabertura, além de devolver à Cidade do Rio um equipamento que compõe perfeitamente a alma carioca, poderá desempenhar papel muito importante no desenvolvimento da economia popular solidária no município”, finaliza Waldeck.