Adriana Izel, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger
“Desde o início da criação da URE há uma parceria com as cooperativas de doação de materiais que são gerados aqui e que têm um potencial econômico”, explica o gerente da URE do SLU, Gustavo Oliveira. Essa é a primeira vez que o SLU doa troncos de eucalipto para uma cooperativa, mas é comum ceder compostos orgânicos para pequenos produtores rurais do DF e do Entorno, entulhos recicláveis, ferragens, plásticos e resíduos da construção civil (RCCs).
No caso da madeira, foi feito um chamamento público vencido pela Cooperativa Sonho de Liberdade, que ficou responsável pelo transporte do material e mão de obra. Cada tronco tem em média 60 cm de diâmetro e 15 metros de altura.
“O SLU buscou todas as possibilidades. Fizemos uma avaliação para leiloar, mas, como os troncos são muito grandes e estavam espalhados pelo terreno, os custos do leilão e da operação seriam equiparados. Fomos para outras alternativas, foi feito o chamamento público e a cooperativa foi a única interessada. O SLU teve custo zero”, revela Oliveira.
Benefício social e ambiental
O presidente do SLU, Silvio de Morais Vieira, destaca a importância da ação: “Os troncos de madeira têm potencial de ser destinados para reaproveitamento, podendo ser utilizados de várias formas e com novas utilidades, inclusive com valor econômico”.
“O reaproveitamento no ciclo produtivo promove a preservação do meio ambiente, bem como a inclusão social de catadores de baixa renda ou o auxílio a entidades sem fins lucrativos que possuem a incumbência de prestar assistência social à sociedade”, completa.
O coordenador da Cooperativa Sonho de Liberdade, Fernando de Figueiredo, conta que a doação terá impacto no sustento de 30 pessoas que trabalham todos os dias com madeira na associação. “Com essas madeiras, vamos fazer lenha e cavaco [que é o combustível para queimar as caldeiras]. As toras mais grossas, vamos usar para fazer móveis rústicos”, comenta.
“Essa é uma novidade que a cooperativa vai adotar como outro meio de sustentabilidade. Vamos agregar valor a essa madeira. Ela está gerando emprego e salvando vidas”, complementa. Até então, a cooperativa trabalhava apenas com madeira recolhida em grandes obras.
Barreira verde
Os eucaliptos doados margeavam a unidade de recolhimento de entulhos e tinham mais de 30 anos de idade. As árvores foram plantadas no local ainda no período do Lixão da Estrutural. O objetivo era servir como barreira verde, controlando o ruído para a comunidade e impedindo a entrada de pessoas não autorizadas.
No entanto, foi identificado que alguns troncos estavam danificados e queimados, e durante uma análise foi determinada a retirada dos 830 exemplares. Após a derrubada, foi feita uma avaliação da real necessidade de uma nova barreira verde com eucaliptos. “A vegetação atual foi considerada suficiente e, paralelamente, a unidade de britagem foi realocada mais para dentro da unidade para não afetar a população”, destaca o gerente Gustavo Oliveira.