Daniela Lacerda, CEO da rede Corujão 24 realiza ação para o escoamento e vendas de produtos da agricultura familiar de 18 cidades do estado.
A ESG tem se tornado um elo importante entre organizações e sociedade no Brasil e no mundo. Essa importância foi reforçada no ranking ‘Best For The World’, de 2021, que reconhece empresas ao redor do mundo com boas práticas de ESG, desenvolvida pela organização B Lab, onde identificou 750 companhias “B” – que oferecem, além do retorno financeiro, impactos positivos para a sociedade e o meio ambiente. Desse total, 39 empresas brasileiras se destacaram com ações.
ESG, sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em português), consiste em uma estratégia que reúne um conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança de uma empresa, sendo essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos. Isso significa que, ao investir em um negócio, um investidor observará não somente índices financeiros, mas também fatores ambientais, sociais e de governança da empresa.
Caminhando neste sentido inspirada em empresas que se destacam ao gerar impactos positivos à sua volta com práticas de ESG, a CEO da rede Corujão 24h, Daniela Lacerda, tem realizado a implantação de ações voltadas à sociedade, meio ambiente e governança em sua empresa.
Em 2022, a CEO, reconhecida como um dos jovens de até 30 anos mais promissores do país, de acordo com a lista Under 30 da Forbes, inicia em sua empresa a ação de ESG, que visa o fortalecimento do varejo no estado, junto a 20 cooperativas na Bahia, que vai gerar um impacto na vida de mais de 90 mil famílias que vivem da agricultura familiar no estado.
A ação, considerada de grande impacto social, vai gerar o escoamento da produção dos agricultores, de 18 cidades do estado. Entre os municípios beneficiados com a iniciativa estão Ribeira do Pombal, Tucano, Irecê, Barra do Choça e Ilhéus.
Daniela Lacerda conta ainda que a ação tem o objetivo de valorizar a cultura e a produção do estado da Bahia. “Neste momento, serão introduzidos 150 produtos, sendo eles da apicultura, cachaça, cajucultura e caprinocultura, entre outros, vindos destes produtores do território baiano”, destaca.
Para a empresária, as práticas de ESG são importantes para gerar incentivo a empresas, pois no momento em que a gestão se propõe implementar estas práticas, ela beneficia o público interno da empresa, formado por colaboradores, e o público externo, ou seja, a sociedade à sua volta. “Realizar ações como esta traz a redução de taxas de tributação fiscal para empresa, que consequentemente poderá reverberar em mais investimentos e contratações, por exemplo”, pontua.
Daniela Lacerda, ressalta que não se pode negar a necessidade do capital nos negócios e que seria hipocrisia dizer que é simplesmente “abraçar uma árvore, porque eu quero respirar melhor”. “Empresas como Natura, que faz parte das 39 empresas que se destacaram com as práticas, captam muito das normativas do ESG e esse é um dos modelos que me inspiraram no primeiro momento”, frisa.
A CEO revela que quando criaram a unidade conceito da empresa, em 2015, com três mil metros de área de venda, a primeira preocupação foi com os impactos financeiros e ambientais.
“Mas vale ressaltar que antes das nossas responsabilidades de conservação, tínhamos um pilar importantíssimo, que mantemos até hoje, que é a inclusão e a valorização do Capital Humano. Somos uma empresa que pensa em gente e sabe a importância delas no processo de crescimento”, salienta.
A empresária, que possui MBA em Gestão de Empreendedorismo e Pessoas, afirma que as ações desenvolvidas sempre tiveram o intuito de inclusão no ambiente interno, possibilitando o crescimento a profissionais que antes estavam inclusos em cargos específicos. “No nosso projeto de Gente e Gestão o gênero não é incluído como exigência dos setores, como por exemplo, preferência por homens no depósito, como antes era feito”, acrescenta.
Sempre focada em gerar inclusão e oportunidades, no quesito governança, Daniela Lacerda ressalta que em relação às vagas disponibilizadas, o gênero dos colaboradores não é avaliado, nosso foco são pessoas. “Acima de tudo valorizamos gente e cerca de 50% da nossa liderança são negros e alguns estão desde a nossa fundação”, salienta.
Em relação aos cuidados com meio ambiente e social, a CEO da grande rede de varejo, fala que a mais de um ano observa o descarte do hortifruti e diz que por mais que tivesse o reaproveitamento máximo, sempre sobrava resíduos (média de 8%) que era totalmente excluído.
Por este motivo, a jovem empresária analisou as formas de utilizar a parte excluída do hortifruti, e foi na avicultura que enxergou a possibilidade de alimentar aves de forma livre, onde a alimentação poderia ser balanceada, junto a ração. “Começamos a criação de aves e hoje 0% do nosso Hortifruti é perdido, além de termos fortalecido o bem-estar animal com aves de semi confinamento”, finaliza.