Líder da bancada feminina pede que Brasil abrigue mulheres afegãs refugiadas

Segundo Celina Leão, Itamaraty estuda portaria com Ministério da Justiça para possibilitar visto para quem procurar missões brasileiras

Coordenadora da bancada feminina na Câmara dos Deputados, Celina Leão (PP-DF) solicitou ao ministro das Relações Exteriores, Carlos França, que o Brasil integre a cúpula internacional de países os quais possam dar abrigo para mulheres refugiadas do Afeganistão.

O pedido ocorreu após um discurso realizado pela congressista, no plenário da Casa, para que o Congresso Nacional se posicione oficialmente sobre a crise humanitária vivida naquele país.

O grupo extremista Talibã conquistou o país asiático e assumiu o controle do palácio presidencial, instalado na capital Cabul, em apenas um mês de campanha militar e após a retirada das tropas norte-americanas. A situação fez com que milhares de nativos colocassem a vida em risco para deixar o local de disputa e buscar refúgio em outros países.

Segundo a parlamentar, o Itamaraty sinalizou positivamente sobre a possibilidade de conceder vistos humanitários para cidadãos afegãos que procurarem as representações diplomáticas brasileiras.

“Tanto o MRE quanto o Ministério da Justiça devem se reunir na sexta-feira (20/8) para tratar da edição de uma portaria específica para atender o caso de famílias refugiadas do Afeganistão. É muito importante essa deliberação, porque foi uma bandeira erguida pelas deputadas do Congresso Nacional”, disse ao Metrópoles.

O tratado, contudo, não atuaria no “resgate” da população, mas nos moldes de como ocorreu durante a crise do Haiti, país o qual o Brasil sinalizou possibilidade de imigração.

Entenda

O Talibã teve participação direta no atentado contra o World Trade Center no dia do atentado, datado de 11 de setembro de 2001. Na época, o grupo extremista protegia Osama Bin-Laden, líder da Al-Qaeda.

Após o episódio, tropas dos Estados Unidos invadiram o Afeganistão, no mesmo ano, para colocar fim ao radicalismo do país. Uma das bandeiras desse grupo era cercear a livre circulação de mulheres.

Além dos norte-americanos, países como França e Reino Unido se uniram aos Estados Unidos para que o Talibã perdesse território. No início de julho, com a saída das tropas americanas da base aérea de Bagram, o grupo extremista retomou, de forma rápida, o poder no país.

Fonte: Metrópoles